
Ao longo dos três dias da feira, o Corpo de Bombeiro do Estado de São Paulo traz para os visitantes da Fire Show um espaço interativo de educação pública, que tem como objetivo difundir uma cultura de prevenção de acidentes. O espaço conta com equipamentos e ferramentas educativas, além de três modelos de viaturas que as equipes utilizam durante as ocorrências e divulgação dos projetos.
Um dos destaques é a Casa Segura, uma maquete em tamanho real dividida em três ambientes – sala, cozinha e quarto – que apresenta, através de mensagens educativas, os riscos que podem conter dentro de cada cômodo e como evitá-los.
Há também uma mini maquete em acrílico, onde o público aprende sobre a importância de não deixar o botijão de gás dentro de casa. De acordo com o Capitão Bruno de Souza Ribeiro, da área de educação pública do Corpo de Bombeiro de São Paulo, “esse simulador demonstra, de forma controlada, o efeito de uma explosão ambiental em caso de vazamento de gás. Como o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha é mais pesado que o ar, ele fica concentrado na parte mais baixa, então, caso tenha um vazamento dentro da residência e tiver qualquer tipo de ignição, como uma faísca, pode acontecer uma explosão ambiental”.
O espaço educativo tem uma parceria com a Ortopedika, empresa que atua no ensino e treinamento em Primeiros Socorros, Resgate e Emergência (APH), apresentando workshops e vivências com materiais que as equipes de bombeiros utilizam em práticas de socorro. “O público pode conferir as práticas ensinadas como reanimação cardio respiratória, vivência sobre a marca a vácuo – instrumento que permite a restrição de movimento de coluna e cabeça durante o transporte – e contenção de hemorragia em caso de um trauma na cabeça”, afirma Marcos Paulo Gabanini, da Ortopratika.
Alta tecnologia e reutilização de tecidos têm destaque na FISP
A economia circular também tem sido demonstrada por algumas empresas que participam da FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção. É o caso da Ideal Work que está apresentando o Ecowork, um tecido para uniformes profissionais que utiliza vestimentas usadas e que seriam descartadas.
De acordo com Carlos Eduardo Rodrigues, da área de vendas da empresa, os parceiros irão recolher os uniformes usados que serão recolhidos pela Ideal. “Ocorrerá o que estamos chamando de ciclo infinito, pois as fibras poderão ser aproveitadas continuamente”, explica.
A grande novidade, de acordo com Rodrigues, é a reutilização de 40% das fibras das vestimentas. “Os sistemas existentes conseguem reciclar cerca de 5% dos produtos. Nós fomos ao limite da recuperação”, garante. Foram dois anos de estudos e agora a empresa está iniciando o processo de recolhimento dos uniformes usados aos poucos. “Não haverá custo para nossos parceiros. Eles vão recolher as peças usadas e nós faremos o recolhimento”.
Cedro Têxtil lança o Polyflex
Já a Cedro Têxtil, empresa mineira, com 150 anos no mercado nacional, preparou o lançamento do Polyflex durante a FISP. Trata-se de um tecido sarja, com tingimento profissional, desenvolvido com a adição de elasticidade para oferecer o máximo conforto sem perder a resistência.
De acordo com a empresa trata-se de um produto versátil, que “oferece excelente solidez de cor, estabilidade dimensional e caimento”. Pode ser usado desde a indústria da saúde, passando por escritórios e linhas de segurança.
“O Polyflex é uma sarja super confortável que estamos lançando, produzida com poliéster elastizado e que tem duas utilizações muito bem definidas. Uma delas é para a área administrativa, em que podem ser feitas calças extremamente confortáveis sem utilizar o elastano e com tingimento profissional, onde você não tem o desbote. Outra utilização aplicável e que teve uma demanda muito grande foi na área militar. O exército brasileiro, por exemplo, usa uma sarja com poliéster algodão da Cedro, porém ele é um tecido rígido. Agora, com Polyflex ele terá a solidez de cor e resistência, que é necessária para esse exercício, só que ainda aliando o conforto”, afirma Renata Garcia, gerente comercial Workwear da Cedro Têxtil.
Soluções para melhorar a gestão de hidrantes urbanos
Os hidrantes urbanos são de extrema importância no combate a incêndios nas cidades. Isso porque quando o Corpo de Bombeiros tem um desses equipamentos à disposição em uma ocorrência, não é necessário desperdiçar recursos humanos na gestão da água. No entanto, a distribuição adequada desses artefatos pelas cidades, assim como a manutenção dos que já existem, é um desafio. O assunto foi tratado em painel realizado durante o 20º Senabom — Seminário Nacional de Bombeiros.
No estado de São Paulo, são mais de 15 mil hidrantes urbanos, quantidade considerada adequada pela lei. Entretanto, devido à falta de clareza nas normas, eles estão mal distribuídos, ou seja, algumas regiões têm uma quantidade maior do que o necessário, enquanto outras possuem um número insuficiente de equipamentos. Além disso, a falta de padronização e interoperabilidade dos dados faz com que muitos fiquem inoperantes.
“Outro problema é que não há na lei uma determinação sobre a manutenção. Então, os responsáveis podem fazer a manutenção dos hidrantes que estão em uma área de maior concentração, porém, demorar para chegar ao hidrante que está em uma área com menos unidades onde, teoricamente, ele seria mais necessário”, explicou o engenheiro de transportes Rafael Cavalcanti Bizerra, que criou um método para determinar a distribuição adequada de hidrantes nos municípios.
Para solucionar o problema da gestão de informações, o Capitão da PMSP Carlos Norberto dos Passos Junior compartilhou o case de implementação de um sistema de organização dos dados na corporação paulista. Por meio de ferramentas de geolocalização, os agentes mapearam todos os hidrantes do estado, facilitando a localização por meio de um aplicativo. O sistema também permite manter o histórico de vistorias, reduzindo o número de unidades inoperantes.
“Os relatórios de inspeção não eram digitais e tínhamos uma baixa consciência situacional, refletindo em baixa eficiência. Agora, conseguimos entregar informação de valor para orientar a busca pela melhor solução durante uma ocorrência”, afirmou o Capitão Passos. Ele também destacou a evolução no tema a partir da determinação, em 2015, das competências de cada órgão — prefeitura, concessionária de água e Corpo de Bombeiros — na manutenção dos hidrantes.
Rodadas de Negócios reúnem fabricantes, comandantes e oficiais das corporações do Corpo de Bombeiros na Fire Show
Fabricantes de equipamentos e vestimentas puderam apresentar seus produtos para responsáveis pela elaboração de licitações das corporações dos Corpos de Bombeiros de todo o país durante o Senabom – Seminário Nacional de Bombeiros, que acontece durante a Fire Show – International Fire Fair. As Rodadas de Negócios seguiram uma estrutura diferente da utilizada por outros eventos.
De acordo com a 2ª Tenente Amanda, coordenadora das rodadas, a opção foi por reunir os oficiais e comandantes e dar um tempo para as empresas fazerem a demonstração de seus produtos. “Cada fabricante ou importador teve meia hora para falar sobre suas novidades, com cinco minutos adicionais para tirar dúvidas”, explicou.
No primeiro dia, participaram das rodadas 20 oficiais, indicados pela corporação de seus estados, com quatro empresas. No segundo dia, 20 coronéis comandantes gerais ouviram cinco empresas.
Para Amanda, o resultado foi um sucesso. “As empresas vieram com inovações, algumas com aplicações que já são utilizadas no exterior. Tivemos bastante tecnologias novas. Isso é importante para nós”, afirmou.
Como toda compra do Corpo de Bombeiros é feita por licitação, a tenente explica que não houve nenhum negócio fechado durante as rodadas. “Será preciso montar o processo licitatório e as empresas apresentarem suas propostas. Vencerá quem oferecer as melhores condições de venda”.
Efeitos do conforto em calçados de segurança na performance do trabalhador foi tema de palestra do IBTeC na FISP 2022
“Calçado confortável — segurança e performance do trabalhador” foi o tema da palestra que o coordenador do Laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos — IBTeC, Dr. Rudnei Palhano, fez no Auditório CB-032 do Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Industrial da ABNT, na tarde de quarta-feira (19). A atividade fez parte da programação oficial da FISP 2022, maior feira de saúde e segurança do trabalho da América Latina.
Palhano abriu sua palestra fazendo a apresentação do instituto de inovação e pesquisa que acabou de completar 50 anos de fundação, e anunciou o início do trabalho dos laboratórios na área de óculos de proteção, “o que estaremos oferecendo muito em breve atendendo a norma ANSI Z.87”.
Doutor em Biomecânica, Rudnei introduziu a questão do conforto em calçados de segurança, lembrando que a função do pé é suportar o nosso peso corporal com estabilidade. O pé deve interagir com todas as condições de superfície. Ainda de acordo com o Dr. Rudnei Palhano, o calçado é uma peça do vestuário, ou um acessório, que tem como principal função a proteção dos nossos pés, proporcionando conforto.
O pesquisador, que responde pelo setor que trabalha para agregar valor aos calçados brasileiros a partir do conforto, afirmou que também os calçados de segurança precisam de atenção neste quesito. Ele garantiu que há confirmação sobre os efeitos do conforto em calçados de segurança na produtividade de trabalhadores de todos os segmentos, podendo aumentar até 40% da sua produtividade.
Na sequência o palestrante discorreu sobre todas as normas de conforto e os aspectos avaliados em cada teste como, por exemplo, o calce, microclima, absorção do impacto durante a pisada, estabilidade, pressão plantar e massa (peso do calçado). Todos esses testes são avaliados e certificados pelo IBTeC, que é referência em conforto.